domingo, 24 de janeiro de 2016

Oscar 2016 no Música Na Vida

Olá, pessoas!

Estou com as malas (quase) prontas para voltar ao Brasil – e como me faz falta o meu país! Ainda que, aqui na França, eu tenha tido uma excelente experiência, a qual levarei por toda a vida comigo, estou com saudade da minha casa – creio que só quem já passou tanto tempo fora assim vai compreender minha ansiedade!

Opéra de la Comédie, em Montpellier/França. Créditos: Caio César Mancin/Arquivo pessoal

Bem, fora esse meu momento de desabafo, tenho uma super novidade para todos os seguidores do Música Na Vida – e, sim, tem tudo a ver com os Oscars 2016! Para quem não sabe – ou não se lembra -, o Música Na Vida, através do nosso Twitter @musicanavidabsb, faz uma cobertura completa das principais premiações do cinema e da música; logo, não poderíamos ficar de fora dos Academy Awards, mais conhecido como os Oscars! Em 2016, a cerimônia acontecerá no dia 28 de fevereiro, e será apresentada pelo comediante e ator Chris Rock – conhecido do grande público brasileiro pelo seriado “Todo Mundo Odeia O Chris”, que conta uma versão ficcional da infância e adolescência de Rock. Como sempre, o Música Na Vida estará presente, via Twitter, falando de todos os detalhes da festa, mas experimentarei uma coisa nova desta vez... Ficou curioso? Então confira o que vem por aí!

Chris Rock, apresentador da cerimônia dos Oscars 2016. Créditos: The Oscars - Official Website

Estou fazendo uma grande maratona para os Oscars, assistindo a todos os filmes indicados pela Academia, independente da categoria e/ou duração. Para isso, estou contando com a ajuda da nossa sempre bem-vinda colaboradora bissexta Amanda Brants, que está indo diariamente ao cinema comigo para conferir todos os aspectos de cada filme indicado. Dessa forma, farei desta postagem um post interativo: conforme formos assistindo aos filmes, farei atualizações neste post com as novas impressões sobre cada um deles, em sua(s) respectiva(s) categoria(s). Para os filmes indicados em mais de uma categoria, então, serão escritos e publicados vários pequenos textos, cada um discorrendo sobre o ponto-chave do filme naquela categoria.

Amanda Brants e eu. Créditos: Amanda Brants/Arquivo pessoal

Com este post interativo, espero receber um feedback bem bacana de vocês, caros leitores, aqui no blog, mas não é só isso! Sim, tem mais – e, se reclamar, dobramos a meta!

Montagem: Caio César Mancin. Créditos: Canal Nostalgia/YouTube

Através do Twitter @musicanavidabsb, faremos enquetes com os nossos seguidores para debatermos os candidatos à estatueta mais cobiçada do mercado cinematográfico, até o dia da premiação (28/02). Siga-nos lá no Twitter, e também aproveite para participar do nosso bolão dos Oscars – é muito fácil participar: basta que você tenha uma conta no Twitter, siga o Música Na Vida no @musicanavidabsb, twitte o seu candidato preferido em cada categoria, e não se esqueça de mencionar o nosso perfil @musicanavidabsb, nem de usar a hashtag #Oscars2016NoMúsicaNaVida! Viu só como é simples? Não é feitiçaria – é tecnologia!

Essa é pra quem é das antigas... Quem lembra da Feiticeira, no programa "Hora H", do Luciano Huck, quando ele ainda era da Band? Créditos: O Popular

No dia da premiação, aproveite para comentar as fofocas e os ganhadores conosco, também usando nossa arrobinha @musicanavidabsb e nossa hashtag #Oscars2016NoMúsicaNaVida – além de nos divertirmos juntos, isso ajuda muito no crescimento do Música Na Vida! O ganhador do bolão será aquele que acertar o maior número de ganhadores, e o prêmio, além de ganhar um follow do @musicanavidabsb, será um CD produzido artesanalmente com todas as músicas do Top 50 do Música Na Vida, que será enviado ao ganhador depois de entrarmos em contato com este! Não perca a chance de participar!

Um dos sucessos presentes no Top 50 do Música Na Vida: "The Fall", da cantora brasileira Cibelle, presente em seu último álbum, "Unbinding".

Agora é o grande momento – vamos aos indicados? Lembrando que este post será atualizado constantemente – então, acesse o blog Música Na Vida todos os dias para conferir as novidades! Convidamos você, caro leitor, a também assistir aos filmes indicados e a participar do debate sobre estes aqui no blog e no Twitter – seja bem-vindo!



OS INDICADOS



Melhor Filme

The Big Short


Contar a origem da crise econômica mundial deflagrada pela bolha imobiliária dos EUA, na metade da década passada, poderia ser um grande erro cinematográfico, posto que a compreensão do senso comum sobre os trâmites das Bolsas de Valores são ridiculamente nulos. Entretanto, “The Big Short” traz uma aula didática e envolvente sobre o tema, sem se tornar um filme pedante e/ou prepotente. Contando com atuações incríveis de bons atores (exceto o comediante Steve Carell, que interpreta Mark Baum, que não convence neste papel dramático), o filme dirigido por Adam McKay é uma obra respeitosa para com o tema abordado – apesar das infames porém intrigantes cameos appearances de estrelas de Hollywood para explicar jargões do mercado financeiro – e, também, para com o público em geral – o começo do filme é, inevitavelmente, confuso e com um excesso de informações, porém este é fundamental para sedimentar a personalidade de cada uma das figuras retratadas, mostrando-as em um espiral que começa acelerada e vai diminuindo a velocidade conforme o tempo passa. Dessa forma, “The Big Short”, ainda que seja um filme com poucas chances de faturar a estatueta principal da noite dos Oscars, é um excelente trabalho visual sobre um dos momentos mais sombrios da última década.

Bridge of Spies


Estrelando Tom Hanks no papel de um advogado norte-americano de alto escalão que tem por missão defender um homem acusado de espionagem para a União Soviética, na década de 1950 – auge da Guerra Fria e época da construção do Muro de Berlim – “Bridge of Spies” é mais do que um filme de guerra, mais do que um filme de espionagem soviética: é uma lição sobre os absurdos das guerras e sobre como o diálogo se torna uma arma mais letal e eficaz do que qualquer bomba atômica ou artilharia pesada. A história real de James B. Donovan e de sua manobra para resgatar dois prisioneiros sob custódia soviética é, de fato, impressionante, e Tom Hanks consegue fazer jus à gana do personagem – ainda que, vez por outra, suas expressões faciais fazem parecê-lo à beira de uma crise de choro. Apesar de triunfar no seu objetivo, “Bridge of Spies” não parece o tipo de filme que a Academia premia normalmente, apesar de estar indicado em diversas categorias. Com as recentes discussões em torno dos votantes da Academia, talvez tal realidade venha a mudar, mas, à priori, este filme não está na lista dos favoritos a faturar a estatueta.

Brooklyn: a conferir


Mad Max: Fury Road


“Mad Max: Fury Road” conta a história de uma sociedade distópica e desregulada, governada por um líder autoritário e tirânico que leva o povo sob o controle de todos os recursos naturais. Desta sociedade surgem duas figuras dissonantes: Max, um prisioneiro de guerra e pilhante, e Imperator Furiosa, uma das mais respeitadas soldados de Immortan Joe, o poderoso tirano. Mesmo lutando pelos mesmos ideais, Furiosa e Max se estranham até ganharem confiança um no outro, e Max decide ajudar na nobre causa de sua nova amiga: levar um grupo de mulheres férteis para uma espécie de Terra Prometida, onde elas poderão criar os filhos que levam em seus ventres sem os tormentos da guerra. De forma geral, o roteiro de “Mad Max” leva bem a ideia do filme original de 1979, estrelado por Mel Gibson, mas perde-se em meio às explosivas cenas de ação, tirando o brilho da história para dar lugar a paisagens desérticas e tiroteios infindáveis. Com isso, a importância do novo trabalho de direção do veterano George Miller é certeiro quanto ao posto de blockbuster hollywoodiano, mas não tem força suficiente para levar o prêmio mais importante do Oscar – seja por um roteiro fraco e com uma história de lugar comum, seja pelo fato de a Academia não ter o costume de premiar esse gênero de filmes nesta categoria. Apesar de todo o hype em torno das diversas indicações, “Mad Max: Fury Road” tende a ser a zebra da categoria de Melhor Filme.

The Martian


O filme conta a história de um astronauta da NASA que é acidentalmente deixado para trás durante uma missão tripulada em Marte. Para sobreviver naquele ambiente inóspito e solitário, Mark (interpretado com gana e eloquência por Matt Damon, que já faturou o Globo de Ouro 2016 por sua atuação neste) tem consigo sua inteligência, sua infindável criatividade, sua esperança de voltar vivo para casa, e uma adorável trilha sonora de músicas dos anos 1970 – durante o filme, tocam grandes sucessos de Donna Summer, David Bowie (falecido recentemente, mas vivo eternamente em nossos corações), ABBA, Gloria Gaynor, entre outros. Apesar de seus momentos de comédia do absurdo, não se engane como o júri que classifica os indicados ao Globo de Ouro: “The Martian” não é uma comédia mas, sim, um drama sobre a solidão e os extremos que a psique humana consegue suportar, junto de um cenário de ficção científica. Sem dúvida, um forte candidato a faturar a estatueta.

The Revenant


Dirigido pelo polêmico e debatido mexicano Alejandro González Iñárritu, “The Revenant” traz a dolorosa e sofrida saga de Hugh Glass, interpretado com gana e perseverança por Leonardo DiCaprio em uma de suas melhores atuações, para vingar o assassinato de seu filho e de ter sido enterrado vivo por um de seus companheiros de caça, em meio a divergências com os povos indígenas que ainda ocupavam o território norte-americano. A sua história, baseada em fatos reais mas adaptada da obra homônima de Michael Punke, publicada em 2002, é verdadeiramente emocionante e leva o espectador a torcer pela vitória da vingança, mas o argumento do filme não é suficiente para garantir o prêmio mais cobiçado da cerimônia dos Oscars. 2016 trouxe uma variedade inacreditável de temas para a categoria de Melhor Filme, e “The Revenant”, apesar de todas as suas qualidades e seus atributos, não é um candidato interessante a levar a estatueta.

Room: a conferir


Spotlight: a conferir



Melhor Ator Principal

Bryan Cranston, pelo filme “Trumbo”: a conferir

Créditos: Collider


Matt Damon, pelo filme “The Martian”

Créditos: Fox Movies

Detentor de um invejável currículo cinematográfico, Matt Damon sempre buscou enfatizar que é bem mais do que um rostinho bonito. Na pele do astronauta Mark, Damon se mostra um excelente ator dramático, dosando seu sofrimento com acertadas porções de humor ácido e criativo, provando mais uma vez que sua indicação ao Oscar é justa – ele sabe o que fazer em cena, e o faz muito bem.

Leonardo DiCaprio, pelo filme “The Revenant”

Créditos: YouTube

A via-crúcis de Leonardo DiCaprio rumo ao cobiçado Oscar de Melhor Ator já virou até meme na Internet, mas “The Revenant” traz uma das grandes chances de o ator conseguir realizar seu sonho de receber a estatueta dourada. Apesar dos problemas de roteiro, a performance de DiCaprio como o caçador com sede de vingança e uma inacreditável força de vontade de se manter vivo é inquestionavelmente acertada, mostrando-se, assim, um forte candidato em 2016. Contudo, o fato de ele estar concorrendo com Eddie Redmayne pelo filme “The Danish Girl” deixa margem para dúvida sobre a conduta dos votantes da Academia para premiar o Melhor Ator – se forem pela performance sensível, Redmayne já levou; se forem considerar a performance mais “casca-grossa”, DiCaprio tem grandes chances de, finalmente, ganhar o Oscar.

Michael Fassbender, pelo filme “Steve Jobs”: a conferir

Créditos: GQ

Eddie Redmayne, pelo filme “The Danish Girl”

Créditos: Independent

Salvo raras exceções, Eddie Redmayne sabe escolher seus papéis no cinema com maestria, e isso se reflete tanto nos filmes dos quais participa quanto nos prêmios que ele vem ganhando. Interpretando a transexual Lili Elbe, personagem real que faz parte do livro de David Ebershoff, “The Danish Girl”(publicado em 2000), Redmayne entrega uma performance irretocável, delicada e crível. Emulando trejeitos femininos e a luta de Einar Wegener para se tornar Lili por inteiro, o ator consegue convencer e emocionar o público ao contar com fidedignidade esta triste história. É, de fato, um forte candidato neste ano – e, se ganhar, alcançará a façanha de levar o Oscar de Melhor Ator Principal por dois anos seguidos, posto que ele também faturou em 2015 por sua atuação incensada como o físico e cientista Stephen Hawking, em “The Theory of Everything”.


Melhor Atriz Principal

Cate Blanchett, pelo filme “Carol”

Créditos: Collider

Nem de longe “Carol” é o melhor trabalho de Cate Blanchett, mas ela se sai muito bem no papel de uma milionária misteriosa e sedutora, porém fragilizada emocionalmente e presa em um falido casamento. Junto de Rooney Mara, Blanchett faz deste filme um voo ousado, ao mostrar as dificuldades de um romance lésbico em plena década de 1950, mas sua atuação é um tanto contida e blasé. Tem boas chances de faturar a estatueta, porém não é favorita dessa vez.

Brie Larson, pelo filme “Room”: a conferir

Créditos: The Movie My Life

Jennifer Lawrence, pelo filme “Joy”

Créditos: Vogue US

Sim, Jennifer Lawrence está mais uma vez indicada ao Oscar de Melhor Atriz Principal, por conta de mais um filme que ela coestrela com Bradley Cooper, e mais um filme em que ambos estão sob a claquete de David O. Russell. Apesar de a fórmula ter dado certo em “Silver Linings Playbook” e “American Hustle”, não se pode dizer o mesmo de “Joy”... Apesar de contar a história verídica de Joy Mangano, empresária norte-americana famosa na década de 1980 por conta de suas aparições em canais de televendas junto de seu Miracle Mop (um esfregão com alavanca de torção para evitar o contato da pele humana com a água suja), o filme tem um roteiro previsível, atuações pouco inspiradas, e concentra quase a totalidade do drama em tela na personagem de Lawrence – que é, sim, uma boa atriz, mas ultrapassa seus limites cênicos e se torna uma figura tresloucada e perturbada, às vezes até com um ar aparvalhado e perdido. Apesar do favoritismo que Lawrence carrega consigo, não deve ser a estrela da noite dos Oscars 2016.

Charlotte Rampling, pelo filme “45 Years”: a conferir

Créditos: The Guardian

Saoirse Ronan, pelo filme “Brooklyn”: a conferir

Créditos: Vanity Fair

Melhor Ator Coadjuvante

Christian Bale, pelo filme “The Big Short”

Créditos: SBS Australia

Christian Bale é um ator adepto do método de imersão em suas personagens, e seu trabalho em “The Big Short” não poderia ser diferente – para encarnar um solitário e assexuado dono de uma empresa de fundos de garantia que descobre a bolha imobiliária antes da grande parte da população por ela afetada, Bale está bem distante da canastrice de Bruce Wayne (trilogia “Batman” dirigida por Christopher Nolan) e mais próximo de Trevor Reznik (“The Machinist”, de 2004). O grave distúrbio de relacionamento que acomete Michael Burry (personagem de Bale no filme) é mostrado da forma mais sincera e crua possível, e cada gesto distraído do personagem denota a dedicação de Bale para entregar uma performance esférica, sem arestas. Sem dúvida, um ótimo candidato à estatueta.

Tom Hardy, pelo filme “The Revenant”

Créditos: Reel Film Chatter

Interpretando o detestável Fitzgerald, caçador que trai a confiança dos seus ao abandonar o personagem de Leonardo DiCaprio ainda vivo em uma cova rasa na neve, o ator Tom Hardy traz uma performance que, de fato, desperta o ódio do espectador, mas seu vilão não é cativante. Dessa forma, Hardy não está em seu melhor papel, nem tampouco merece ganhar a estatueta por este trabalho. Sua indicação é, sim, válida, posto que a película de Iñárritu foi unanimemente aclamada pela crítica especializada, mas Hardy concorre com outros atores, os quais realizaram trabalhos melhores em seus personagens. Junto de Sylvester Stallone, acredito ser um dos azarões da noite.

Mark Ruffalo, pelo filme “Spotlight”: a conferir

Créditos: The Movie My Life

Mark Rylance, pelo filme “Bridge of Spies”

Créditos: The New York Post


A filmografia de Mark Rylance é bem curta e com lapsos temporais, porém é a sua vasta experiência com teatro (principalmente apresentando as obras do Bardo inglês no teatro que leva seu nome, o Shakespeare’s Globe, em Londres) que faz de sua atuação em “Bridge of Spies” uma obra-prima. Ao interpretar Rudolf Abel, o espião soviético capturado pela CIA e alvo de uma batalha diplomática delicada e tensa em meio aos conflitos da Guerra Fria, Rylance brilha ao mostrar o lado afetuoso e doce desta figura histórica. Apesar de Tom Hanks ser o ator principal, as cenas em parceria com Rylance têm o brilho deste como algo inegável e magnético, chegando a roubar os holofotes de Hanks. Definitivamente, é um fortíssimo candidato ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, por sua atuação impecável.

Sylvester Stallone, pelo filme “Creed”

Créditos: Entorno Inteligente

É de conhecimento geral que Sylvester Stallone não é o ator mais indicado para um papel dramático, dado que seu know-how é mais focado em filmes de ação, mas Stallone retorna ao papel de Rocky Balboa, que lhe lançou ao estrelato, para mostrar a aposentadoria do ícone dos ringues de boxe. Seu desempenho em cena é razoável, porém é pouco – aliás, muito pouco para chegar a ser indicado como Melhor Ator Coadjuvante, quanto mais para ganhar nesta categoria (caso do Globo de Ouro 2016, que o premiou por “Creed”). Em termos de comparação, seria a mesma coisa que indicar Meryl Streep por sua participação em “Suffragettes”- ela aparece em duas cenas curtas e rápidas, e é só isso. Apesar do Globo de Ouro, acredito que Stallone é a zebra dos Oscars 2016.


Melhor Atriz Coadjuvante

Jennifer Jason Leigh, pelo filme “The Hateful Eight”

Créditos: Vox

Não muito conhecida do público brasileiro, mas bem célebre no mercado cinematográfico norte-americano, Jennifer Jason Leigh, no papel de Daisy Domergue, a prisioneira, em “The Hateful Eight” (ironicamente, ou não, o oitavo filme da carreira de Quentin Tarantino), está absurdamente hilária e over. Neste caso, o exagero é benéfico – sua personagem é o centro de quase toda a violência do filme, sua voz estridente e seus trejeitos explosivos são fundamentais para garantir um equilíbrio mínimo de ser a única mulher do elenco principal do filme, e, por último, a química entre Leigh e Kurt Russell (John Ruth, o Carrasco) é deliciosa e garante boas risadas em meio à sanguinolência típica dos filmes de Tarantino. É uma forte candidata à estatueta.

Rooney Mara, pelo filme “Carol”

Créditos: Vimeo

Com uma atuação robótica, numa tentativa frustrada de reproduzir o perfil weirdo de Audrey Tautou no icônico “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”, Rooney Mara é um dos pontos fracos de “Carol”. Ainda que Cate Blanchett seja sua parceira de cena, a esquisitice e a indecisão de sua personagem são irritantes e despropositais; porém, a contar pela performance monotônica de Mara, ela executou bem o papel, e pode-se dizer que conseguiu passar sua mensagem ao espectador. Com isso, não creio que ela leve o prêmio em 2016.

Rachel McAdams, pelo filme “Spotlight”: a conferir

Créditos: YouTube

Alicia Vikander, pelo filme “The Danish Girl”

Créditos: Direct Conversations

Sem desmerecer o trabalho primoroso de Eddie Redmayne, que segurou muito bem a dura tarefa de interpretar uma transexual, mas quem domina a cena em “The Danish Girl”é, sem dúvida, Alicia Vikander com sua Gerda Wegener. Esta personagem forte, decidida, e completamente apaixonada encontrou em Vikander a sua mais perfeita tradução – sua atuação é de tirar o fôlego, e a vontade de aplaudi-la a a cada cena é quase irrefreável. Gerda era a esposa apaixonada de Einar, e que vê seu marido se perder dentro de Lili Elbe, a persona feminina que ela ajudou a criar nele mas que sempre esteve dentro dele. Para lidar com a transição de gênero de seu marido, Gerda fez o impensável: ficou a seu lado durante todo o processo, cuidou de Lili até o fim de seus dias, e continuou a pintar seus belos e inspirados retratos até o fim da própria vida. Vikander está estupenda em cena, e sua dramaticidade encontra em Gerda seu timing certeiro.

Kate Winslet, pelo filme “Steve Jobs”: a conferir

Créditos: Collider

Melhor Longa-Metragem de Animação

Anomalisa: a conferir


Boy and The World


Com poucas falas – e estas poucas, executadas ao contrário para dificultar ainda mais a compreensão dos diálogos – “O Menino e o Mundo” traz uma sensível visão do mundo e de seus problemas pelos olhos de uma criança curiosa e perseverante. Com roteiro, direção, e animação do brasileiro Alê Abreu, o filme conseguiu a proeza de ser a primeira animação brasileira de longa-metragem a ser indicada na categoria do Oscar, e faz por onde: a história é bonita e singela, e transmite toda a mensagem sem precisar de performances dramáticas, ou mesmo diálogos. O menino, ao longo do caminho, deixa pistas do que o aguarda no futuro, mas a mensagem final de “O Menino e o Mundo” é que todos estamos inseridos dentro do ciclo da vida, e o cumpriremos independentemente de nossas escolhas e de nossos destinos. O trabalho musical dos Barbatuques é um desbunde, e também fundamental para a condução ágil e nada cansativa de um filme essencialmente mudo – digo, sem diálogos ou canções com palavras. Não deve ganhar por conta da concorrência desleal com “Inside Out” (a Pixar é uma potência inigualável deste mercado) e com “When Marnie Was There” (as produções do Studio Ghibli e de Hayao Miyazaki são impecáveis), mas é um bom pontapé para a indústria cinematográfica brasileira investir mais neste nicho: animações atraem público infantil e, por conseguinte, pais e responsáveis, aumentando, assim, o faturamento.

Inside Out


Ao contar a história de uma garotinha que muda de cidade e está insatisfeita com isso, o filme poderia ser apenas mais um típico da famigerada “Sessão da Tarde”; entretanto, “Inside Out” opta por contar esta história entremeada pelos sentimentos da menina, representados por pequenas figuras que habitam na mente dela e conseguem controlar suas emoções. O filme é mais uma das coproduções entre Disney e Pixar, e foi considerado um dos melhores pela crítica. Não achei grande coisa, mas é uma boa distração. A mensagem supostamente filosófica do filme é nada mais do que a confusão hormonal que todo pré-adolescente passa, e a solução ideal é apenas dar tempo ao tempo e esperar o resultado da puberdade. Parece o candidato melhor cotado da categoria neste ano, mas não é uma obra-prima.

Shaun, The Sheep – The Movie: a conferir


When Marnie Was There


Mais um clássico anime da companhia de Hayao Miyazaki, o Studio Ghibli, “When Marnie Was There” conta a tocante história de uma garota com graves problemas de relacionamento e que, por conta de constantes crises asmáticas, é mandada por sua mãe adotiva para viver junto de seus tios no interior do Japão. Lá, Anna conhece a doce e misteriosa Marnie, uma linda garota loira de olhos azuis, que mora em uma mansão linda e chamativa à beira do lago. Logo as duas se tornam melhores amigas, mas Anna parece não saber onde está se metendo e passa por vários momentos tensos, nos quais é difícil discernir o mundo real do imaginário. Ao fim do filme, o plot twist é completamente inesperado – mesmo porque Miyazaki deixa sua inconfundível marca de deixar os espectadores completamente confusos com a história para explicar tudo no final. É um belíssimo trabalho de animação, e tem grandes chances de faturar a estatueta da categoria, ainda que “Inside Out” seja o mais provável de ganhar, por conta do nacionalismo da Academia.

Melhor Fotografia

Carol



Sem dúvida, a fotografia é o ponto alto deste filme: com uma paleta de cores vívidas quando no auge da paixão das protagonistas, e esmaecidas quando da separação destas, “Carol” tem uma delicadeza cenográfica ao mostrar um ambiente da década de 1950 sem deixar a cena kitsch ou com aspecto de antiquário – problema comum aos filmes que buscam retratar épocas passadas. Desponta como um dos favoritos na categoria.

The Hateful Eight


A fotografia do filme de Tarantino tem a marca do diretor: planos abertos, cores frias, e o sangue vermelho como elemento diferencial. No entanto, “The Hateful Eight” vai um pouco mais além, posto que foi inteiramente filmado em 70mm – o que permite uma visão mais ampla e panorâmica dos eventos em cena. Além de ajudar a dar mais carga dramática às cenas na neve, o filme em 70mm também permite uma ampliação estética do reduzido cenário no qual os personagens se concentram, mostrando, assim, uma visão periférica do espaço. Tem boas chances de levar o prêmio nesta categoria.

Mad Max: Fury Road


A fotografia de “Mad Max: Fury Road” é bem trabalhada e usa dos diversos tons das areias do deserto para compor uma imagem interessante, porém não é o ponto forte do filme se posto em comparação com os outros concorrentes. Além disso, o apoio maior da equipe de fotografia está na aliança com a equipe de efeitos visuais e, portanto, esta é mais computadorizada do que prática. Ainda que clame-se por renovações na Academia, um filme cuja fotografia é majoritariamente fruto de computação gráfica não é o preferido para levar a estatueta.

The Revenant



A fotografia de “The Revenant” é, sem dúvida, cativante, e mostra que a aliança de Iñárritu e o diretor de fotografia Emmanuel Lubezki foi fundamental para um trabalho de qualidade acima da média neste quesito. O fato de ter sido integralmente filmado com luz natural faz da fotografia algo mais orgânico e, por vezes, mais assustador do que se houvesse luz artificial. Entretanto, a competição entre este e “The Hateful Eight”, cujo trabalho realizado com as câmeras de 70mm foi indelével, leva a um enigma esfíngico, quase uma escolha de Sofia.

Sicario: a conferir


Melhor Figurino

Carol

Créditos: BFI


O figurino é condizente com a época em que a história se passa, mas não é nada surpreendente – enquanto a personagem classuda de Blanchett aparece com várias roupas glamourosas e elegantes, a personagem de Rooney Mara está quase sempre com o mesmo gorro colorido e roupas largas. Não é um figuro imponente, mas dialoga bem com a fotografia do filme. Eu considero a zebra da categoria nesta premiação.

Cinderella: a conferir

Créditos: Natela Style Consulting

The Danish Girl

Créditos: Chapter 1, Take 1

Por conta da época em que se passa o filme, o figurino permite combinações clássicas da moda europeia, além de ajudar na construção da feminilidade de Lili, protagonista da história interpretada por Eddie Redmayne. Além disso, a personagem de Alicia Vikander, que está sempre com roupas mais masculinizadas, tem no seu figurino uma representação da sua posição dentro da estrutura matrimonial – no caso, completamente distinta da então adotada à época, posto que Gerda é o eixo forte da relação. De modo geral, não é um figurino glamoroso, mas cumpre bem o seu papel em cena.

Mad Max: Fury Road

Créditos: HitFix

Um dos pontos mais notáveis do quarto segmento da saga “Mad Max” é o figurino dos personagens: ainda que não seja fruto do trabalho de estilistas renomados, como a maioria dos premiados anteriormente na categoria, as roupas aqui denotam toda a sofreguidão e as condições subumanas a que os personagens são submetidos pelo governo tirânico de Citadel. Caso opte-se por premiar o melhor figurino de 2016 segundo a sua congruência para com a história do filme, “Mad Max: Fury Road” tem grandes chances de faturar a estatueta.

The Revenant

Créditos: Vanity Fair

A considerar pelo fato de que as roupas de ‘The Revenant” são, essencialmente, peles de ursos e carcaças de outros animais, a indicação a Melhor Figurino não só é um ultraje ao mundo fashion, quanto também é uma afronta a toda e qualquer organização de proteção à vida selvagem, que lutam há anos contra a glamourização das peles. Não é, em hipótese alguma, um bom exemplo de filme para estar indicado nesta categoria; o mínimo que a Academia deveria fazer para mostrar que não compactua com a carnificina animal explicitada na película de Iñárritu seria não premiá-lo por esta.


Melhor Diretor

Adam McKay, pelo filme “The Big Short”

Créditos: Papo de Cinema

Falar de economia, de Bolsa de Valores, de mercado financeiro, no cinema é sempre um risco duplo – periga a história colocar o tema apenas como plano de fundo para uma história mais densa, ou fazer do roteiro uma aula monótona sobre taxas de juros e commodities. Entretanto, Adam McKay traz uma releitura inovadora e atrativa para a temática, mostrando o estouro da bolha imobiliária norte-americana de forma a fazer o espectador-padrão entender os motivos que levaram àquela tragédia sem apelar para palestras intermináveis sobre economia ou explicações superficiais e incompletas para a complexidade do ocorrido. Decerto, “The Big Short” é um trabalho não apenas honesto de McKay, mas também um exemplo de filme didático sobre um assunto histórico tratado com precisão bibliográfica e com descaracterização partidária política. Ainda que Iñárritu leve o prêmio por “The Revenant”, é McKay quem fez aquele filme que será utilizado em aulas de História e de Economia mundo afora.

George Miller, pelo filme “Mad Max: Fury Road”

Créditos: The Roosevelts

George Miller é o diretor original da saga “Mad Max” e está por trás de todos os volumes da franquia, atuando não somente na direção, como também na produção, edição, e no roteiro. Sua indicação nesta categoria por “Mad Max: Fury Road” é merecida por conta do trabalho de coordenação por ele realizado nas sequências em que ocorrem grandes explosões e efeitos visuais arrebatadores. Entretanto, o histórico da Academia não corre a favor de Miller faturar o prêmio desta categoria, posta a popularidade da franquia “Mad Max” – se não fosse isso, e se Iñárritu não fosse o novo queridinho de Hollywood, talvez ele pudesse sair vencedor.

Alejandro G. Iñárritu, pelo filme “The Revenant”

Créditos: France TV Info

Reincidente nesta categoria pelo segundo ano consecutivo, Alejandro Iñárritu cumpre bem seu papel de diretor em “The Revenant”, posto que conduz o filme com uma visão bem realista e cruel da dor e do ódio de Glass (Leonardo DiCaprio), junto do trabalho impecável de fotografia que realiza junto de Lubezki. Entretanto, não considero justo premiar sequencialmente um diretor, visto que há uma gama de outros profissionais igualmente qualificados que concorrem nesta categoria. Caso vença, sua vitória reafirmará que a Academia precisa, de fato, passar por mudanças em seu quórum, conforme já vem sido discutido há alguns anos pela imprensa especializada e pelos profissionais que trabalham no meio.

Lenny Abrahamson, pelo filme “Room”: a conferir

Créditos: The Guardian

Tom McCarthy, pelo filme “Spotlight”: a conferir


Créditos: Rolling Stone

Melhor Documentário de Longa Metragem

Amy


Falar de Amy Winehouse ainda é um assunto dolorido, dada a dor de sua ausência e a tristeza de termos acompanhado, passo a passo, sua derrocada, sendo ainda cruéis e fazendo piada por ela estar diariamente nos tabloides. O documentário “Amy”, dirigido por Asif Kapadia (também diretor do doc “Senna”, sobre o piloto brasileiro de Fórmula 1, Ayrton Senna), mostra com transparência o lado iluminado e o lado sombrio dessa estrela cadente, de forma a nos transmitir toda a dor de Winehouse que não víamos (ou não queríamos ver, por medo de perdê-la de vez). Entretanto, fica bem claro neste trabalho que ela já sabia do seu fim antes mesmo de começar – e fosse seu pai prepotente e narcisista, fosse sua mãe relapsa, fosse seu marido drogado e violento, não importava quem estivesse a seu lado, ela iria sucumbir às mazelas do estrelato. Amy Winehouse, conforme afirma seu grande parceiro de composições Salaam Remi no documentário, era uma alma antiga e não se encaixava nos padrões midiáticos que, por não conseguirem moldá-la, optaram por destruí-la e fazer de sua conturbada vida pessoal um grande circo. Há muitas pessoas a culpar pela trajetória de Winehouse, mas nada é por acaso – sua meteórica passagem por nossas vidas deixou profundas marcas e sua inestimável voz ainda ecoará em nossos discos por muitos anos. É, indubitavelmente, um forte concorrente na categoria.

Cartel Land: a conferir



The Look of Silence: a conferir



What Happened, Miss Simone?


A vida de Nina Simone é tão interessante e frenética quanto sua obra, e o documentário “What Happened, Miss Simone?”, distriubuído comercialmente pelo serviço de streaming Netflix. Aqui podemos conhecer mais da persona pública de Simone, bem como a mulher forte porém problemática que era ela fora dos palcos e dos holofotes, além de seus vícios em drogas e sua complicada vida familiar. Com Lisa Simone Kelly, filha da artista, como produtora, o documentário não tem decoro para mostrar as facetas obscuras de Nina Simone, e se prova mais do que um filme “chapa branca”. É, sim, um forte candidato à estatueta, por conta de sua qualidade e de seus documentos inéditos.

Winter On Fire: Ukraine’s Fight For Freedom: a conferir


Melhor Documentário de Curta Metragem

Body Team 12: a conferir

Chau, Beyond The Lines: a conferir

Claude Lanzmann: Spectres of the Shoah: a conferir

A Girl In The River: The Price of Forgiveness: a conferir

Last Day of Freedom: a conferir

Melhor Edição de Filme

The Big Short

O trabalho de Hank Corwin na edição de “The Big Short” é mais do que impressionante: o editor traz cortes rápidos e entremeados com imagens estáticas e com efeitos sonoros de SFX, e acompanha, assim, a insanidade e a fluidez de pensamentos na cabeça atormentada de quem trabalha sob a pressão diária de Wall Street. Apesar da péssima atuação de Steve Carell, as cenas que refletem seu fluxo de raciocínio são muito bem esmeradas e têm forte apelo imagético, em um trabalho que reverencia o hip hop montage que Jay Rabinowitz fez mundialmente famoso em “Requiem For A Dream”. Tem fortes chances de levar a estatueta.

Mad Max: Fury Road

A edição de “Mad Max: Fury Road”, de forma geral, é um primor da utilização de computação gráfica, e trabalha junto da equipe de efeitos visuais para produzir um corte exato, no ponto. O trabalho, porém, está aquém do entregue nos volumes anteriores da franquia do anti-herói Max (anteriormente vivido por Mel Gibson, e agora responsabilidade de Tom Hardy), e deixa a desejar quanto à integração entre roteiro e efeitos visuais. Não parece ser a opção mais adequada para levar a estatueta da categoria.

The Revenant

O trunfo de contar com uma fotografia emocionante faz de “The Revenant” um forte candidato às categorias que dizem respeito à imagem. Sua edição é bem feita, com elogios ao trabalho de continuísmo. A luz natural das cenas é realmente digna de nos deixar boquiabertos, e a fotografia é, sem dúvida, imprescindível para fazer da edição um trabalho acima da média. Um fortíssimo candidato à categoria.

Spotlight: a conferir

Star Wars: The Force Awakens

Depois de muitas polêmicas e de muitos mistérios em torno da sua produção, o oitavo capítulo da saga Star Wars chegou às telonas, e trouxe consigo uma narrativa sem grandes sobressaltos, porém com efeitos especiais de arrancar o fôlego e atores em performances honrosas. O corte final do filme foi, de fato, muito bem executado, e tem, para isso, a excelente fotografia e a direção de J. J. Abrams a seu favor. Tem potencial para ganhar a estatueta nesta categoria.

Melhor Filme em Língua Estrangeira

Embrace Of The Serpent (Colômbia): a conferir


Mustang (França): a conferir



Son of Saul (Hungria): a conferir


Theeb (Jordânia): a conferir


A War (Dinamarca): a conferir


Melhor Maquiagem e Penteados

Mad Max: Fury Road

Créditos: Business Insider

Sem dúvida, a maquiagem utilizada em “Mad Max: Fury Road” é um dos pontos mais importantes desta película, posto que a caracterização dos personagens está intrinsecamente ligada à propriedade imagética de seus rostos. Imperator Furiosa, Immortan Joe, e Doof Warrior têm as melhores caracterizações do filme, e fazem deste um fortíssimo candidato à estatueta nesta categoria.

The 100-Year-Old Man Who Climbed Out The Window And Disappeared: a conferir

Créditos: Make-Up Magazine

The Revenant

Créditos: Movie Clips/Fandango

Os closes nas feridas de DiCaprio causadas pelo ataque de um urso são impressionantes, e mostram um trabalho impecável e inquestionável de maquiagem. O candidato mais forte a faturar a estatueta nesta categoria, sem dúvida – não é qualquer maquiador que consegue realizar um trabalho tão realista e crível como o realizado em “The Revenant”.

Melhor Trilha Sonora

Thomas Newman, pelo filme “Bridge of Spies”



Por se tratar de uma produção cinematográfica com um fundo histórico real, retratando as tensões da Guerra Fria, a trilha sonora deveria ser, obviamente, retumbante e nacionalista. Thomas Newman atinge tal objetivo com louvor com suas composições para “Bridge of Spies”, posto que estas são de grande valia para realçar cenas importantes do filme para o decorrer da história. É um bom candidato, porém conta com desleal concorrência, devendo sair sem vencer nesta categoria.

Carter Burwell, pelo filme “Carol”



Desde a trilha sonora do fenômeno adolescente “Crepúsculo”, Carter Burwell evoluiu bastante enquanto compositor e trilhista. Em “Carol”, ele entrega uma música doce e romântica, porém longe de quaisquer traços de pieguice – é um amor delicado e, ao mesmo tempo, carnal. O crescendo da música conforme a temperatura na tela sobe leva o espectador a imergir na luxúria, de forma a adentrar aquele sentimento sem amarras. É um forte candidato, sim, mas está em desvantagem por conta de seus concorrentes com mais tempo de estrada.

Ennio Morricone, pelo filme “The Hateful Eight”


Com mais de sete décadas de carreira, Ennio Morricone já foi indicado cinco vezes ao Oscar de Melhor Trilha Sonora, mas não ganhou nenhuma vez; por conta disso, recebeu em 2007 o Oscar Honorário em reconhecimento de sua contribuição para as trilhas sonoras instrumentais em filmes. No entanto, mesmo aos 87 anos de idade, Morricone volta a ser indicado pela estupenda trilha sonora de “The Hateful Eight”, o primeiro filme western que ele contribui musicalmente desde 1981 – e, melhor ainda, com grandes chances de sair vencedor. Morricone já faturou o Globo de Ouro 2016 na mesma categoria mas, como não é fluente em inglês e mora na Itália, não foi receber seu prêmio.

Jóhan Jóhansson, pelo filme “Sicario”: a conferir


John Williams, pelo filme “Star Wars: The Force Awakens”



Dono de um currículo imenso de filmes para os quais compôs trilhas sonoras, John Williams é um dos mais conceituados maestros de Hollywood. Parceiro de Steven Spielberg desde “The Sugarland Express” (1974), Williams trabalhou com o melhor amigo de Spielberg, George Lucas, na trilha sonora de todos os filmes da saga Star Wars e, mesmo com o diretor não tendo vínculo algum com “Star Wars: The Force Awakens”, tê-lo como compositor era vital para manter os fãs mais velhos da saga quanto para prender a atenção dos mais novos – algo que John Williams faz com inigualável talento. É um fortíssimo candidato a levar a estatueta em 2016 – esta é sua 50ª indicação e, se ele levar, será seu 6º Oscar de Melhor Trilha Sonora.

Melhor Canção Original

“Earned It”, de The Weeknd, pelo filme “Fifty Shades of Grey”
É minimamente curioso que uma música que invoca um clima de cabaré, presente em um filme que tem o sexo sadomasoquista como fio condutor, esteja indicada a um prêmio tão conservador quanto o Oscar de Melhor Canção Original. Entretanto, entende-se logo de cara o porquê: The Weeknd preza mais pelo ritmo e pela analogia com a história do filme do que pela letra em si, deixando “Earned It” pronta para ser indicada ao prêmio.


“Manta Ray”, de J. Ralph & Antony, pelo filme “Racing Extinction”

Parte da trilha sonora de um documentário sobre natureza, “Manta Ray” não é exceção nesta categoria – várias outras canções com esta origem já foram indicadas anteriormente – mas sua melodia e sua letra triste fazem dela uma forte candidata à estatueta de 2016. J. Ralph já havia sido indicado em 2012, por “Before My Time” (magistralmente interpretada por Scarlett Johansson), e está indicado novamente por um belo trabalho musical. Sim, é um forte candidato caso a Academia opte por prezar pela qualidade em vez da popularidade.


“Simple Song #3”, de Sumi Jo & Viktoria Mullova & BBC Orchestra, pelo filme “Youth”

Parte fundamental de um filme que fala sobre o maravilhoso mundo do cinema, “Simple Song #3” é uma bela ária de ópera e conta com a linda voz da soprano Sumi Jo. No entanto, apesar de estar indicada, não deve levar a estatueta – óperas já não são mais tão prestigiadas pelo público, e Jo não é um nome conhecido aqui no Ocidente. Entretanto, isso não tira o brilho desta obra, que tem uma linda letra e uma voz tenaz e emocionante para nos mostrar que óperas ainda são lindas de serem ouvidas.


“Til It Happens To You”, de Lady Gaga, pelo filme “The Hunting Ground”

2016 mal começou, mas já se provou um ano prolífico para a diva pop Lady Gaga: além de sair da cerimônia do Globo de Ouro com a estatueta de Melhor Atriz por sua atuação no seriado “American Horror Story: Hotel”, ela está indicada ao Oscar de Melhor Canção Original por “Til Happens To You”, escrita por ela mesma em parceria com Dianne Warren, e com grandes chances de faturar o prêmio. A canção é uma bela peça musical, e traz o melhor de Gaga: sua voz cristalina e afinada. Além disso, faz parte de um documentário tocante e que expõe uma dura realidade nas universidades norte-americanas – o plot de “The Hunting Ground” são os inúmeros casos de estupros e de homofobia registrados nas universidades, contando com depoimentos tristes e reais de vítimas, no intuito de conscientizar o público da dimensão desta realidade.


“Writing’s On The Wall”, de Sam Smith, pelo filme “007: Spectre”

Canção escrita especialmente para a já clássica abertura do mais recente filme da franquia 007, “Writing’s On The Wall”, composta e interpretada pelo inglês Sam Smith, possui os elementos essenciais para ganhar o prêmio da Academia – é emocionante, tocante, tem uma bela e popular voz, e uma letra de fácil assimilação. No entanto, não é uma grande canção – Smith ainda está começando neste mercado fonográfico, e suas letras são mais puxadas para o pop, em contrapartida à sua voz de tessitura mais voltada para o jazz, o que deixa suas canções um tanto kitsch e superestimadas (posto que os cantores pop das novas gerações não têm uma voz talentosa como a de Smith). Deve ser uma forte candidata a levar a estatueta, mas não se deixe enganar pelo arranjo grandioso e pela encantadora (porém irrelevante) cena de abertura de “007: Spectre”.


Melhor Direção de Arte

Bridge of Spies

Por se tratar de um filme de época, “Bridge of Spies” investe pesado na direção de arte para deixar a cena crível, tendo os uniformes militares tanto dos americanos quanto dos soviéticos e a vigorosa cena do julgamento de Francis Gary Powers na União Soviética como as mais emblemáticas demonstrações de precisão para com o contexto histórico. A reprodução das Berlim Oriental e Ocidental também são impressionantemente precisas, deixando as cenas nestes cenários mais verossímeis e impactantes. É, sim, um forte candidato à categoria.

The Danish Girl

Para ajudar a contar a difícil trajetória de Einar Wegener para se transformar em Lili Elbe, a direção de arte de “The Danish Girl” contou com um aparato essencial para elevar a qualidade de qualquer produção cinematográfica: o fato de se passar em uma época anterior à presente. Com isso, os elementos cenográficos são estrategicamente posicionados para dar credibilidade histórica e temporal ao roteiro, e a relação dos atores com o cenário também é fundamental para a condução narrativa. Por retratar artistas plásticos, “The Danish Girl” também conta com o ambiente artístico para tornar mais eloquente o trabalho do departamento de direção de arte.

Mad Max: Fury Road

O trabalho da equipe de direção de arte deste filme foi essencial para que houvesse uma reprodução crível de um universo distópico pós-bombas nucleares. No entanto, o crédito maior ainda é da equipe de efeitos visuais, que expandiu as locações utilizadas por meio de CG para criar um ambiente não-linear. Sem dúvidas, “Mad Max: Fury Road” tem boas chances de faturar a estatueta nesta categoria, mas não é o melhor candidato do ano.

The Martian

Retratar fielmente a parafernália de uma missão espacial é tarefa complicada, mas a direção de arte de “The Martian” realiza tal trabalho com destreza e com raros exageros. Ao mostrar um astronauta solitário enquanto espera ser resgatado de Marte, o filme conta com um cenário pouco conhecido do grande público, o que poderia dar margem a invencionices cenográficas. No entanto, o departamento responsável preferiu buscar na fonte os elementos para a construção do cenário, o que se provou uma atitude sábia, dado que a NASA se comprometeu a contribuir fortemente na produção do filme. Por conta disso, muitas cenas têm um aspecto mais didático do que o grande público está acostumado – e isso é um dos muitos trunfos da direção de arte. Sem dúvida, um dos mais fortes candidatos desta categoria.

The Revenant

Por mostrar mais espaços abertos e nevados do que ambiente fechados, o trabalho da direção de arte em “The Revenant” é mais mérito da natureza do que da equipe responsável. No entanto, se aliarmos a direção de arte com o trabalho da equipe de fotografia, o filme é um dos mais fortes concorrentes. Dependendo do posicionamento da Academia diante desta categoria, minha opinião sobre os méritos da direção de arte variam.

Melhor Curta-Metragem de Animação

Bear Story: a conferir


Prologue: a conferir


Sanjay’s Super Team: a conferir


We Can’t Live Without Cosmos: a conferir


Worlds of Tomorrow: a conferir



Melhor Curta-Metragem em Live Action

Ave Maria: a conferir


Day One: a conferir

Créditos: The Oscars - Official Website

Everything Will Be Okay: a conferir


Shok: a conferir


Stutterer: a conferir


Melhor Edição de Som

Mad Max: Fury Road

A equipe de sonoplastia e de edição de som foram, sucintamente, certeiros em “Mad Max: Fury Road”, pois é com a ajuda destas que o filme se torna uma aventura eletrizante e deixa o espectador completamente compenetrado nas cenas de ação. Um dos melhores candidatos da categoria em 2016.

The Martian

“The Martian” tem um som de qualidade, com efeitos sonoros bem próximos às missões espaciais oficiais da NASA, e as cenas de ação são bem editadas neste quesito. A história exigia uma edição de som que fizesse dela algo crível, e a meta foi indubitavelmente alcançada. É um candidato de peso e com boas chances de ganhar.

The Revenant

O trabalho de edição de som de “The Revenant” merece elogios por conta dos fatores externos que poderiam atrapalhar esta – a meteorologia desfavorável, os figurinos volumosos e abafadores, etc – mas não é um dos melhores concorrentes da categoria em 2016. No entanto, o trabalho de mixagem de som é de primeira linha. Se for ganhar, que seja nesta categoria.

Sicario: a conferir

Star Wars: The Force Awakens

George Lucas, no início de sua carreira de cineasta, revolucionou a sonoplastia com seu sistema de gravação de sons THX. Logo, seria traição à sua origem a edição de som de “Star Wars: The Force Awakens” não ser feita com esmero. Assim, o filme não deve em nada neste quesito, e se torna um dos mais fortes candidatos da categoria – mesmo que Lucas não esteja envolvido com o filme, o aficionado J. J. Abrams não abriria mão de manter o THX como elemento fundamental para contar os acontecimentos do oitavo capítulo da saga Star Wars.

Melhor Mixagem de Som

Bridge of Spies

Apesar dos trunfos desta produção de Steven Spielberg, a mixagem de som de “Bridge of Spies” não é nada extraordinária, nem acrescenta muito à história. Não é, dessa forma, um candidato de peso na categoria, posto que realizou um trabalho apenas mediano.

Mad Max: Fury Road

Tendo a edição de som um resultado admirável, a mixagem de som de “Mad Max: Fury Road”deveria ser igualmente de qualidade. No entanto, não é isso que acontece: em muitas cenas é quase impossível assimilar as falas de alguns personagens em meio à sonoplastia do ambiente. Além disso, há o problema corriqueiro de wardrobe malfunction, especialmente com Max preso na frente do carro dos War Boys e com Immortan Joe e sua indefectível máscara de oxigênio – suas falas são abafadas e suas ações se limitam ao gestual e ao contato visual dos atores com a plateia. Não merece ganhar nesta categoria por conta desses problemas.

The Martian

Ao filmar muitas cenas em estúdio com chroma key, “The Martian” leva vantagem quanto à mixagem de som, por conta de seu ambiente controlado. No entanto, é nas cenas em locação que esta se prova realmente bem feita, como nas cenas em que o personagem de Matt Damon está tentando se comunicar com seus colegas da NASA e naquelas em que ele está atravessando Marte em um carro adaptado. Sem dúvida, desponta como o favorito da categoria.

The Revenant

Sem dúvida, um trabalho de qualidade e respeito quanto à mixagem de som. Ainda que a edição de som não seja um primor, os ruídos da natureza que “The Revenant” encaixa na mixagem – e cujo envolvimento da plateia com a cena fica ainda mais incrível se prestigiado em uma sala de cinema ou em um aparelho de home theatre – são sensacionais, e fazem dele um forte candidato à estatueta nesta categoria.

Star Wars: The Force Awakens

Como a saga Star Wars está intrinsecamente atrelada ao sistema THX de áudio de alta fidelidade, a mixagem de som é, como esperado, acima da média e conta com uma equipe de grande quilate para se fazer preponderante. Na experiência dentro de uma sala de cinema, “Star Wars: The Force Awakens” tem um áudio envolvente e imersivo, graças à mixagem de som e ao THX – o que deve, portanto, se repetir quando este sair nas mídias domésticas e nos serviços de streaming.

Melhores Efeitos Visuais

Ex Machina: a conferir

Créditos: Film and Furniture

Mad Max: Fury Road

Créditos: Tech Times

Com certeza, o maior trunfo de “Mad Max: Fury Road” é a sua gama de efeitos visuais: desde o caminhão-monstro que conta com uma estrutura de tambores e com um guitarrista pirotécnico, até os inúmeros tiroteios que ocorrem no deserto entre a gangue de Imperator Furiosa e os servos de Immortan Joe, toda a parte imagética do filme deve seu valor ao trabalho de excelência realizado pela equipe de efeitos especiais. Um dos melhores candidatos da categoria em 2016, ainda que esteja concorrendo com películas de igual peso nesse quesito.

The Martian

Créditos: Creative Reviews/Amazonaws

Como “The Martian” retrata o planeta Marte e as desventuras do astronauta Mark (Matt Damon) enquanto aguarda ser resgatado, os efeitos visuais são fundamentais para o sucesso da narrativa – e eles, definitivamente, não decepcionam. O trabalho da equipe de efeitos visuais é primoroso, fazendo deste um dos favoritos a levar a estatueta. Se assim for, será o terceiro Oscar de Melhores Efeitos Visuais seguido a ser dado a uma produção cujo tema é viagem espacial – em 2014, “Gravity” levou o prêmio, e “Interstellar”, em 2015.

The Revenant

Créditos: FX Rant

O trabalho realizado pela equipe de efeitos visuais para a cena do ataque que Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) é atacado pelo urso-pardo é primoroso, mas a cena da queda do penhasco com seu cavalo roubado não tem uma qualidade igualmente alta. Com isso, o trabalho das equipe de outros concorrentes se faz, obviamente, muito mais merecedores do prêmio nesta categoria do que “The Revenant”. Sem dúvida, a zebra da categoria em 2016.

Star Wars: The Force Awakens


Créditos: Slash Films

Aliado a um roteiro de qualidade, os efeitos visuais da oitava parte da saga Star Wars são de tirar o fôlego, mantendo, assim, o nível das produções anteriores. O diretor J J. Abrams já é velho conhecido dos efeitos visuais de alto nível, posto que dirigiu os recentes reboots das franquias Planeta dos Macacos e Star Trek, e segue com brilhantismo em “Star Wars: The Force Awakens”. São cenas impressionantes, como as tomadas externas da nova Estrela da Morte e as batalhas com sabres de luz, que mostram todo o poder e toda a qualidade dos efeitos visuais deste filme, fazendo dele um forte candidato a faturar o prêmio neste ano.

Melhor Roteiro Adaptado

“The Big Short”, escrito por Charles Randolph e Adam McKay


Por conta de conflitos com as figuras retratadas tanto no filme quanto no livro homônimo que o originou – publicado em 2010 pelo jornalista financeiro Michael Lewis -, alguns nomes foram trocados na adaptação cinematográfica, porém esse detalhe não tira o brilho do roteiro, que é inteligente e que tenta impedir o espectador de se intimidar pela temática retratada. Visto isso, “The Big Short” tem um roteiro espetacular e, ainda melhor, franco e apartidário: a história é contada sem vieses, como uma reportagem informativa porém também explicativa sobre os fatos ocorridos. Aliado a este roteiro, temos a edição esmerada do filme como ponto alto para a compreensão da história como um todo. Merece levar a estatueta por conta da fidelidade à obra adaptada.

“Brooklyn”, escrito por Nick Hornby: a conferir



“Carol”, escrito por Phyllis Nagy



A história contada em “Carol” é deveras interessante, dado o tabu da época quanto à sexualidade e aos padrões provincianos de moralidade. Entretanto, o roteiro peca pelo uso do manjado conceito de colocar uma cena aleatória logo no início do filme, voltar desde o começo da história, até chegar ao ponto que começara a película – a história teria sido assimilada da mesma forma se fosse mantida a ordem cronológica dos fatos, então tal recurso foi desnecessário. No geral, é uma história de amor singela, porém belicosa se posta sob a perspectiva temporal, contada de uma maneira excessivamente conceitual, o que não tira o brilho da produção nem a beleza da fotografia.

“The Martian”, escrito por Drew Goddard


Ao optar por contar a inimaginável história de um astronauta perdido em Marte, que ainda não recebeu nenhuma visita humana, contada no livro homônimo de Andy Weir, publicado em 2011, “The Martian” tinha dois caminhos: ou seguiria para uma trama mais “pé no chão” e realista, ou seguiria uma linha mais fantasiosa e com licença poética para inventar. Dessa forma, fazer do roteiro um drama sobre a solidão, por meio de uma metáfora no espaço sideral, foi um caminho original e despretensioso que culminou em um filme que não se leva a sério e, justamente por isso, conta uma história séria de forma inteligente e bem-humorada. Drew Goddard acertou ao manter o humor ácido de Weir, e Matt Damon pode brilhar em cena, já que tem a difícil missão de segurar sozinho a maior parte de seu tempo em cena. Sem dúvida, um roteiro brilhante e fiel ao livro que lhe originou.

“Room”, escrito por Emma Donaghue: a conferir


Melhor Roteiro Original

“Bridge of Spies”, escrito por Matt Charman, Ethan Coen e Joel Coen

A junção de um roteiro escrito pelos irmãos Coen à direção de Spielberg dá a “Bridge of Spies” um selo de garantia de qualidade nos diálogos e na cenografia – e, de fato, o filme não decepciona nesses aspectos. Além disso, o fato de se basear em uma história verídica que se passa durante o conturbado período histórico da Guerra Fria, o filme é emocionante e prende a atenção do espectador sedento por História e por Geopolítica. Sem dúvida, um forte candidato a faturar a estatueta de Melhor Roteiro Original.

“Ex Machina”, escrito por Alex Garland: a conferir

“Inside Out”, escrito por Pete Docter, Meg LaFauve e Josh Cooley

A base da história de “Inside Out” é indubitavelmente pobre e rasa, mas a adequação da temática para uma fantasia que reflete sobre a psique humana e as dificuldades de passar de criança para adulto realizada pelos roteirista é algo inteligente e maduro. Obviamente a criançada vai se divertir com o visual colorido do filme, mas a mensagem de “Inside Out” só faz sentido quando se é adulto – mas, neste ponto, o filme já perde um pouco a graça e se torna apenas um bom momento de descanso e entretenimento. Apesar dos esforços dos roteiristas em passar essa mensagem de forma a cativar tanto pais quanto filhos, não é um roteiro inovador, nem tampouco é suficiente para vencer na categoria de Melhor Roteiro Original.

“Spotlight”, escrito por Josh Singer e Tom McCarthy: a conferir

“Straight Outta Compton”, escrito por Jonathan Herman e Andrea Berloff: a conferir

2 comentários:

  1. Parabéns pela postagem. Um trabalho bem completo essa das suas análises. Mesmo não concordando com todas as críticas eu adorei ver um material assim condensando tudo em uma só postagem. Estou ansioso para ver as atualizações ainda.

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  2. Parabéns pela postagem. Um trabalho bem completo essa das suas análises. Mesmo não concordando com todas as críticas eu adorei ver um material assim condensando tudo em uma só postagem. Estou ansioso para ver as atualizações ainda.

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