segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Peça de teatro musical "Os Saltimbancos", da Actus Produções - Apresentação de 29/10/2017

Olá, pessoas!

Segue abaixo a resenha crítica da peça "Os Saltimbancos" e, também, uma reportagem especial gravada pelo Música Na Vida nos bastidores do espetáculo! Agradeço novamente à Élia Cavalcante, diretora da produção, e a todos do elenco, pela gentileza e pelo acolhimento para com o blog! Espero que gostem do vídeo e da resenha!

Abraços,
Caio César


Falar com um público infantil não é para a amadores, no que concerne à arte cênica: prender a atenção de uma criança por tempo suficiente para ela ouvir, assimilar e entrar em uma história contada (e cantada) ao vivo é algo árduo para um elenco em cena. No entanto os atores que apresentaram "Os Saltimbancos" na tarde desse domingo foram formidáveis no cumprimento de tal tarefa e fizeram um espetáculo infantil redondo e atraente para tal público. Sob a direção de Élia Cavalcante e preparação vocal de Pedro Souto, "Os Saltimbancos" é remontado pela Actus Produções mais uma vez, agora em parceria com a Secretaria de Cultura do Governo do Distrito Federal e com a Escola de Música de Brasília - que, mais uma vez, abriu as portas de seu famoso teatro para receber uma produção de teatro musical (a primeira vez foi com "Moulin Rouge - Os Filhos da Revolução", peça da qual tive o grande privilégio de participar).

 Crédito: Caio César Mancin

 Crédito: Caio César Mancin

Em cena é contada a história de um grupo de animais que fogem de suas fazendas e de seus donos malvados para tentarem a vida na cidade grande como um grupo musical. O líder do grupo é o Jumento (Leonardo Avelar), que está cansado de "trabalhar pra burro" e nunca ser devidamente recompensado. Ele começa sua jornada sozinho mas, ao longo do caminho, se junta ao Cachorro (Arthur Araújo) - que não quer mais ser o caçador e o sentinela da fazenda -, à Gata (Tatiana Moniz) - que cansou de ser uma dondoca que vive no pleno luxo e anseia viver uma vida mambembe como artista -, e à Galinha (Karine Cruvinel) - que fugiu da fazenda para não virar canja e quer mostrar ao mundo seu talento como cantora e tocadora de triângulo. Além desse elenco incrível e talentoso, a peça ainda conta com um coro de alto nível, formado por Alessandra Maraschino, Antonio Chaves, Igor Forgeron e Mada Victória, que ajudam a trazer ao espetáculo toda a potência musical necessária para prender a atenção das crianças.

 Crédito: Caio César Mancin 

 Crédito: Caio César Mancin

Por falar nelas, as crianças são um charme à parte: ainda que as músicas do espetáculo datem da década de 1970, muitas crianças de hoje já sabem as letras das músicas, muito bem ensinadas por seus pais ou, talvez, pelo canal dos Saltimbancos no YouTube, visto que elas. muitas vezes, entendem mais da ferramenta que os próprios pais. No entanto o público adulto e saudosista que foi ao espetáculo deve ter saído um pouco frustrado, pois crianças são seres inquietos e não fazem cerimônia na hora de falar nem de demonstrar desinteresse, o que gerou um burburinho constante durante toda a apresentação e, pelo fato de os microfones dos atores estarem um pouco baixos, dificultou a compreensão da história e das letras das canções do musical.

 Crédito: Caio César Mancin 

 Crédito: Caio César Mancin

Já a carga política contida nas entrelinhas das músicas de "Os Saltimbancos" é, ainda hoje, contundente e indubitavelmente atual, visto que Chico Buarque compôs a obra nos anos 1970, em plena ditadura militar, e vê-se hoje uma regressão a certas atitudes do governo democrático que derrubou aquele autoritário. As crianças certamente não entenderam conscientemente o peso das palavras ali contidas, mas os adultos sabem que a crítica é ácida e nada sutil, ajudando a manter o status de relevância que a obra de Buarque tem ainda hoje.

 Crédito: Caio César Mancin 

 Crédito: Caio César Mancin

Nenhum comentário:

Postar um comentário